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Faizal António, empresário que dispensa qualquer tipo de apresentação no entretenimento Moçambicano, e não só. Entrevistado pela equipa do acontece.co.mz, comentou sobre o seu trajeto no mundo artístico, como também, falou dos seus objetivos como empresário, que é de expandir a Gloom Channel. Quanto á “Geração de Ouro” ele disse que “Já tínhamos o projeto que era “Coleção de Ouro”, que são discos. Nós temos até três edições de discos, com a velha guarda moçambicana, o clássico da música moçambicana, e quando decidimos fazer o mix daquilo que é da velha guarda e da nova geração, apareceu-nos a ideia de avançarmos com o projeto “Geração de Ouro”. Explicou o empresário. Acompanhe a entrevista na íntegra .

acontece.co.mz: Faizal António, empresário moçambicano de renome, não só na música mas também no entretenimento, fale-nos um pouco da sua carreira como tal.

Faizal António: Foi a alguns anos atrás, estamos a falar de mais ou menos…há 20 anos, quando eu tentei cantar e não consegui (risos), tentei ser músico e não consegui. Escrevia, tinha dom para escrever, e foi nessa altura que decidi entrar na área do Entretenimento. Fazia o que podia, que era ajudar aqueles que tinham o dom para cantar.

acontece.co.mz: Vemos que a GLOOM TV tem muita qualidade. Quais os planos para o Futuro da mesma?

Faizal António: Queremos expandir, que é o que estamos já a fazer. Para além de Moçambique, estamos agora em Angola…já para o mês, a partir de Setembro estaremos em Lisboa/Portugal e Cabo Verde. Esse é o nosso objetivo, expandir o nosso canal, mantendo a qualidade e a introduzir novos produtos na nossa grelha.

acontece.co.mz: Reuniu-se, no início do corrente mês, com a grande parte dos jovens cantores moçambicanos, dj’s e produtores de música. Qual foi o maior objetivo deste grande encontro?

Faizal António: O objetivo era consertarmos o trabalho, por que nós temos um projeto, que foi desenhado ano passado, e nós começamos a trabalhar nele este ano, a alguns meses, separadamente, nunca tínhamos criado uma oportunidade de estarmos todos juntos…digo, por todos os músicos juntos, uma vez que temos músicos de muitas províncias – temos músicos de Quelimane, temos músicos de Nampula, temos músicos da Beira etc. – decidimos criar uma oportunidade de por todos os músicos juntos, confraternizar, para se conhecerem entre colegas. Tudo bem que a maior parte já se conhece, mas esse foi o verdadeiro objetivo, trocar ideias em como é que vai ser o arranque do projeto, por que vamos fazer o lançamento agora, dentro de algumas semanas…vamos já lançar o projeto oficialmente, a “Geração de Ouro”. Então foi mais para trocar ideias, programação dos shows que temos pelas Províncias, pois pretendemos fazer um show em cada cidade.

acontece.co.mz: ”Geração de Ouro” porque é que se aventurou neste projeto?

Faizal António: Muito simples, como estava a explicar, eu gosto muito de Cultura, não falo só da música, mas de Cultura Geral, como não tenho dom para cantar (risos), só posso encostar naqueles que sabem cantar. Porque “Geração de Ouro”? Por que nós já tínhamos o projeto que era “Coleção de Ouro”, que são discos, nós temos até três edições de discos, com a velha guarda moçambicana, o clássico da música moçambicana, e quando decidimos fazer o mix daquilo que é da velha guarda e da nova geração, apareceu-nos a ideia de avançarmos com o projeto “Geração de Ouro”, que é uma geração que vai fazer historia, simplesmente por ser uma geração atual, que está a fazer sucesso e que tem músicos que representam quase todas as Províncias do Pais.


acontece.co.mz: Que preferências tem em termos ou estilos musicais? Em relação a artistas moçambicanos?

Faizal António: Não tenho preferência, é difícil dizer que “eu quero ser empresário do artista X”, por que eu sou empresário de vários artistas, trabalho com vários artistas e dou a todos o mesmo tratamento, que é por igual, não é um tratamento diferenciado... Tudo bem que cada artista é cada artista, cada um tem o seu talento, cada um tem as suas condições e, como nós sabemos, trabalhar com artista não é fácil, todo o artista tem as suas exigências, e eu vou adaptando-me para tentar regular isso. Não tem nenhum artista que eu dê preferência, porque todos tem o mesmo tratamento, e vou continuar assim.

acontece.co.mz: Quais os requisitos para que um artista tenha o privilegio de fazer parte da “Geração de Ouro” ?

Faizal António: Não há nenhum requisito, como pode ver, eu tenho artistas de diferentes talentos, não só artistas de Maputo, como estava a explicar, não tem nenhum requisito assim específico. Desde que se encaixe na lacuna que a gente tenha, por que nós sabemos que todo o projeto vai tendo lacunas e há necessidade de encaixar um artista de diferente ritmo. Pois veja, não são todos artistas do mesmo ritmo, nós temos artistas de Hip-Hop, temos artistas de Kizomba, temos artistas de Marrabenta…são ritmos diferentes, e vamos tentando encaixar todos. Este é um projeto que tem a sua formalidade, seu prazo, nós vamos lançar um disco duplo, que é para conseguimos por todas as músicas lá. Todas as músicas do projeto são músicas novas, são músicas que nunca foram tocadas antes, todo o artista fez uma música nova, inclusive também trabalhamos com produtores…e depois disso lançamos o disco. O disco estará disponível logo no dia de lançamento do projeto, que é daqui a umas semanas. Depois disso temos a Tour por todo o País, como em Lichinga que nunca acolheu concertos com banda. Nos vamos escalar todas as cidades a nível do País, todas as cidades ainda este ano. Estamos com uma agenda muito apertada, por que até Dezembro pretendemos fechar a nível do território Nacional, tendo em conta que temos também shows agendados para Luanda, dois dias. Também temos show agendado, mas isso é só para o próximo ano, que será no dia 11 de Maio. Todos os artistas vão, todos do projeto “Geração de Ouro” vão estar em Portugal. Portugal só em Maio por que temos de trabalhar muito na promoção, temos de promover os artistas porque nem todos são conhecidos lá! Portanto estamos agora a criar condições e fazer o plano de projeção, marketing, para que as músicas estejam disponíveis em Portugal, para que sejam tocadas, que é para não parecer uma surpresa quando lá estivermos.

acontece.co.mz: Considera-se um entusiasta que acredita na cultura do Pais?

Faizal António: Eu gosto daquilo que faço, e não vou parar, enquanto tiver com saúde, vou continuar a abraçar a cultura moçambicana, a todos os níveis.

acontece.co.mz: O que poderia ser feito pela cultura do Pais, tanto na esfera particular/empresarial como na esfera governamental?

Faizal António: No que tem a ver com a música, na esfera governamental, eu gostaria de ver mais ações do Governo na parte do combate à pirataria. A pirataria prejudica muito os nossos artistas, por que um músico não vive através da venda de discos, é muito difícil…comparativamente com o que acontece em outros Países, nós precisamos de fazer um combate sério no que tem a ver com venda de discos piratas, nós temos de trabalhar muito nisso. Penso que o Governo deve de fazer uma campanha nesse sentido, não digo eliminar, mas reduzir. Por exemplo, temos músicos que para vender mil discos, demoram uma eternidade, mas em outros Países, há artistas que vendem cinquenta mil em um abrir e fechar de olhos. Aqui em Moçambique é diferente mas eu penso que vamos chegar lá, vamos trabalhar junto com o Governo, no sentido de abraçarmos esta causa, reforçarmos esse combate à pirataria.